segunda-feira, 4 de julho de 2011

Beleza a qualquer custo

Por Karine Figueiredo, Maria Luiza Mattar e Thaís Paiva

Mulheres fazem uso de vários recursos estéticos para atingir a tão desejada auto estima, muitas vezes, sem pensar nos prejuízos

Durante o século XIX, muitas mulheres já seguiam as tendências de beleza da Dona Domitila de Castro, a marquesa de Santos que enlouqueceu Dom Pedro I. Com um corpo coberto por uma extensa camada adiposa, a musa do imperador tinha uma beleza que todas as mulheres invejavam. Já na década de 1960, o ícone era Leila Diniz, uma modelo que foi inspiração para o sexo feminino, com o seu corpo marcado por músculos bem delineados. Ainda existem muitos outros exemplos de mulheres que foram símbolos de beleza.

Seja para ficar gordinha ou definida, as mulheres estão sempre buscando uma forma de se sentirem mais bonitas e atraentes. Atire a primeira maquiagem aquela que nunca fez uma loucura a favor da beleza. Preocupar-se com a beleza é uma forma de pensar na auto estima, afinal, as duas coisas estão relacionadas intimamente. Mas, é preciso estar atento para que essa preocupação não se transforme em algo prejudicial.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a preocupação com a aparência só aumenta. Em 2004, foram realizadas 616 mil cirurgias plásticas no Brasil, entre estéticas e reparadoras. Já em 2009, o número aumentou para 645 mil. Nesta comparação, as cirurgias estéticas passaram de 59% para 69% no total. A cirurgia campeã entre as mulheres é a de silicone. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, 91% puseram nas mamas e 5% nos glúteos.

Magreza, um belo rosto e regiões do corpo bem definidas. Essas são algumas características da mulher que possui o padrão de beleza adequado na atualidade. As mulheres do século XXI impõem esse padrão e não medem esforços para cumpri-lo, deixando até a saúde de lado.

Algumas cirurgias plásticas podem causar, além de cicatrizes profundas, problemas pulmonares e anemia. É o caso da lipospiração, uma cirurgia que hora e meia aparece nos jornais anunciando mais uma vítima fatal do procedimento. E não é preciso passar por cirurgia para correr este risco. Muitas mulheres optam por comer o mínimo possível, o que pode causar uma anorexia. Exemplos de celebridades que já passaram por uma situação como essa não faltam. A lista vai desde à família real, com a princesa Diana, até o mundo do esporte, como a surfista brasileira Andréa Lopes, que aos 20 anos chegou a pesar 38 Kg. Outra celebridade é a cantora Karen Carpenter, que morreu aos 32 anos, vítima de um ataque cardíaco decorrente da anorexia. E, em 2006, o caso da modelo Ana Carolina Reston Macan marcou o país. A jovem morreu com 21 anos por causa das complicações da doença que a perseguia.

O perfil de hoje é ser magra, viver de dieta, fazer exercícios regularmente, ter cabelos bem tratados, fazer cirurgias plásticas e sempre manter-se preocupada com a aparência. Cada cultura possui o seu padrão de beleza e, na maioria das vezes, as mulheres são as mais atentas a isso. Elas procuram seguir todos os conselhos para tornarem-se a modelo de beleza atual, sem medir esforços. Claro que a autoestima é bem valorizada com tantos cuidados, mas qual o limite dessa busca insaciável de estar sempre bela? Quais são os riscos? O que é considerado exagero?

O cirurgião plástico, Ronan Horta, explica que as mulheres escolhem as cirurgias, pensando como elas podem elevar a autoestima. “Os pacientes me procuram em busca de melhorar o que está incomodando, o que os deixam com vergonha. Não acredito que a cirurgia plástica seja uma vaidade ou um excesso, pois as pessoas querem se sentir mais bonitas e felizes. Essas são características que as plásticas proporcionam com certeza”.

Ao se sentir insatisfeita com a própria aparência e pelo fato de ser muito vaidosa, Míriam Nice já realizou três cirurgias. Em 1993, após o nascimento da última filha, a funcionária pública fez uma operação de sustentação das mamas. “Os meus seios estavam muito caídos, por isso eu estava muito insatisfeita”, confessa.

Em 2006, Míriam teve condições financeiras e decidiu colocar silicone, além de fazer uma cirurgia estética no nariz. Porém, neste momento, ela descobriu algo que a deixou bem abalada e que atrasou seus planos estéticos: estava com câncer. “Só fiz a cirurgia em 2010, quando estava totalmente recuperada da doença. A plástica me deixou com a autoestima elevada, o resultado foi satisfatório. Ao me olhar no espelho agora me sinto bem, feliz e realizada”, relata. Ela pretende ainda retocar a pálpebra e diminuir o abdômen. “Daqui a pouco faço 60 anos, se eu sentir necessidade farei outras plásticas”, revela.

Mas, algumas pessoas não são tão adeptas à cirurgia plástica e preferem buscar a beleza que desejam com procedimentos não cirúrgicos. A dermatologista Andréia Coutinho trabalha com tratamentos como aplicação de toxina botulínica, preenchimento e laser. Ela afirma que o botox é o mais procurado. A especialista ressalta que a procura cresceu bastante, principalmente com mulheres na faixa etária entre 25 e 45 anos. “Para se ter uma ideia, antes eu fazia dez aplicações de botox para um preenchimento. Hoje a cada preenchimento eu faço duas aplicações de botox”, afirma.

A dermatologista ainda explica que o botox é um tratamento que impede a contração muscular e não é viciante ao organismo, pelo contrário, quanto mais o paciente aplica, menos é necessário, pois a musculatura desacostuma a formar rugas.

A servidora pública Márcia Maria Galuppo é uma das tantas mulheres adeptas ao botox e aplica a toxina há três anos. A vaidade começou quando viu o resultado da aplicação em algumas amigas. “Muitas colocaram e eu gostei do resultado, as rugas de expressão somem”, afirma a servidora. Márcia aplica botox na parte superior do rosto e garante que a aparência melhorou muito, sem falar na autoestima. “Eu tenho 54 anos e com esta idade eu acho importante aplicar botox, pois me sinto mais jovem”. Além desta aplicação, a servidora faz peeling para escamar a pele e já experimentou preenchimento nos lábios.

A dermatologista Andréia Coutinho declara que a região do corpo em que as mulheres mais se interessam em fazer preenchimento é entre o nariz e o lábio, chamado de bigode chinês. “Mas elas fazem também muito na maçã do rosto e no lábio”.

Porém, é preciso ficar atento para que esses tratamentos não se tornem algo exagerado. A dermatologista explica que muitas mulheres vão ao consultório para fazer um procedimento que, às vezes, não é necessário. “Tem mulheres que já tem os lábios muito bonitos, mas mesmo assim pedem para fazer preenchimento, ou mulheres que aplicam botox, mas voltam logo em seguida para mais uma aplicação, para congelar de vez a expressão”, afirma. E acrescenta: “nessas horas o que nós médicos temos que fazer é aconselhar, afinal, tudo tem limite”.

A beleza não é uma preocupação exclusiva das mulheres mais velhas. Pelo contrário, as jovens estão buscando cada vez mais tornarem-se bonitas e felizes. Um exemplo disso é a estudante de 21 anos, Luciana Ximenes. Ela fez cinco cirurgias recentemente: mamoplastia (redução dos seios), cirurgia bariátrica (redução de estômago), abdominoplastia (retirada de excesso de pele e ruptura dos músculos do abdômen), lipoaspiração e prótese de silicone.


 
Luciana afirma que resolveu fazer as plásticas, não somente pela estética, mas também pela preocupação com a saúde. “O tamanho dos seios já me causavam dor nas costas’’. Ao fazer a redução de estômago ela sentiu que a autoestima melhorou muito. “Cheguei a pesar 110kg e fiz todos os tipos de dietas possível, mas não conseguia emagrecer. Com a cirurgia, consegui eliminar 52kg em nove meses. Com o peso estabilizado e dentro do que eu queria, resolvi fazer a abdominoplastia para retirar a pele e reparar a ruptura dos músculos do abdômen, causada pela grande perda de peso”. Devido aos seios diminuírem após a operação, Luciana resolveu colocar as próteses de silicone.

A jovem afirma que as cirurgias fizeram com que ela se tornasse muito mais feliz. “Hoje me olho no espelho e me sinto bem. Não tenho vergonha com antes. Eu era uma pessoa mal humorada e hoje mudei muito”. Mas, agora, ela ressalta que não pretende fazer outras plásticas.

A esteticista Maderlene Maria de Oliveira também já realizou várias cirugias. Ela já fez lipoescultura, redução dos seios, levantamento das pálpebras e plástica na barriga. “Acho que sou super vaidosa e, por isso, ainda faria muitas outras cirurgias. Tenho vontade de colocar silicone nos seios, fazer outra plástica na barriga e lipoescultura novamente’’.

Maderlene conta que fez as cirurgias, porque se sentia incomodada e queria ficar mais bonita. E foi pensando na beleza, que ela resolveu abrir uma clínica de estética. “A clientela aumenta, porque as pessoas me vêem sempre mais bonita e acham que é fruto do meu trabalho”.

Ela diz que começou a trabalhar com estética, porque foi incentivada. “As pessoas me aconselhavam a entrar na área da beleza, porque eu tinha um rosto bem feito, pele boa e cabelos bonitos. Estou há 18 anos na profissão e pretendo ficar por, pelo menos, mais 18”.

Crianças e a beleza

Atualmente, um dos focos principais dos salões de beleza são as crianças. As meninas estão cada vez mais preocupadas com a beleza.

De acordo com uma pesquisa realizada em 2008, por Maristela Harada, publicada na Revista Household e cosméticos, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) constatou 3,5 mil produtos no mercado são direcionados as crianças. O público infantil corresponde a 50 milhões de consumidores infantis, o que representa 29,6% da população brasileira.

É fácil notar que os jovens estão cada vez mais vaidosos. Ao visitar um salão de beleza a chance de encontrar adolescentes no local é muito grande. Assim como a maioria, a “garotada’’ também busca incessantemente o que é considerado beleza pela mídia, que exibe padrões estéticos cada vez mais impossíveis de serem alcançados naturalmente. Isso leva a um apelo artificial, geralmente caro e, muitas vezes, prejudicial à saúde.

Nicole Barter, 4 anos, já é muito vaidosa. Ao perguntá-la por que ela gosta de cuidar da beleza, Nicole afirma com bastante convicção: “Para ficar bonita”. Os pais também são responsáveis pelos filhos se tornarem consumistas com produtos e/ou tratamentos de beleza, pois apóiam e pagam. A dona de casa Elaine Barter diz que a filha Nicole, uma vez por mês a pede para comprar produtos como esmalte, maquiagem, etc. “Vou em um salão pra buscar produtos específicos para os cachinhos dela, quando está acabando ela mesma fala para ir comprar mais”.

Os salões de beleza estão cada vez mais cheios de crianças. A esteticista Maderlene Maria de Oliveira afirma que 10% da clientela do salão dela são as crianças, a partir de sete anos, filhas das clientes. “Elas fazem as unhas toda semana e algumas já tiram sobrancelha. As garotas de 12 a 14 anos também buscam a depilação”.

Elaine acredita que sua filha despertou a vontade de se cuidar ao vê-la sempre bem arrumada. “Ela desde pequena frequenta salão comigo. Sempre me vê arrumada, me maquiando para sair. Estou sempre indo ao salão para depilar, arrumar o cabelo, fazer unhas, etc. Então sou referência para ela”, conta.


 
E não é só o salão que está sendo frequentado pela “garotada”. O cirurgião plástico Ronan Horta atende pacientes de diferenciados perfis e idades, até crianças, no caso de se sentirem insatisfeitas com a aparência. O médico explica que a cirurgia não é só uma questão de vaidade. “Uma criança, por exemplo, se tem orelha de abano ela vai pedir a mãe para operar e não ser motivo de brincadeiras na escola, podendo até chegar a sofrer bullying”.

Atualmente a beleza é uma das principais preocupações das pessoas. O que antes era considerado um gasto supérfluo, hoje é uma prioridade. O investimento com produtos e cirurgias ligados a estética está cada vez mais alto.

O grande vilão da beleza é o exagero. Muitas mulheres procuram a qualquer custo a fórmula da juventude e do corpo perfeito, mas algumas vezes a cobrança para alcançar o tal padrão ideal vai além da questão da vaidade. Por isso, o único motivo de estar sempre bonita deve ser a procura do bem estar.

O visual não é só uma questão de moda, mulher homem e criança devem-se cuidar para valorizar o ego e a beleza interior. A preocupação com a aparência deve existir, mas sem exageros.

Plataforma vibratória: o que é?

Reportagem publicada no Jornal Correio Trespontano no dia 18 de junho de 2011.



segunda-feira, 16 de maio de 2011

Viajar é se conhecer

Texto publicado em jornal Correio Trespontano no dia 07 de maio de 2011.


domingo, 1 de maio de 2011

Bariloche: a cidade mais brasileira da Argentina

Texto publicado no jornal Correio Trespontano no dia 30 de abril de 2011.

Considerada um dos pontos turísticos mais importantes da Argentina, a cidade de San Carlos de Bariloche, encanta com as suas estações de esqui e no verão se apresenta com belos lagos e florestas de pinheiros.

Mas a pequena cidade possui muito mais que isso! Esse local tem diversas semelhanças com o Brasil, pois, além das maravilhosas paisagens, Bariloche ainda oferece noites com baladas empolgantes.

O que mais atrai os jovens na cidade são as boates noturnas, que agitam a galera com músicas argentinas, eletrônica, psy, e, é claro, canções brasileiras que não poderiam ficar de fora dessas baladas. Bariloche possui grandes danceterias, com diversos andares e muitas atrações em um mesmo local. O que chama a atenção também é iluminação que aparece por toda parte com jogo de luzes coloridas.

Os turistas ainda podem aproveitar as aulas de esqui, a corrida de four traz (quadriciclo), a cavalgada, tirolesa, pebolim humano, tobogã gigante e patinação no gelo.

Os visitantes brasileiros se sentem em casa com tanta atração em um mesmo local. Bariloche é uma cidade simpática que mostra com muita animação e agito, características típicas de um bom brasileiro.

domingo, 24 de abril de 2011

Acupuntura

Texto publicado no jornal Correio Trespontano (Jornal de Três Pontas) sobre Acupuntura no dia 23 de abril de 2011.


A acupuntura é uma técnica originada da Medicina Tradicional Chinesa, no qual consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo, com o objetivo de se obter diversos efeitos terapêuticos. O termo ‘’acupuntura’’ vem do latim acus e punctura que significa agulha e pontoada, respectivamente.

Esta é uma das mais novas especialidades médicas, por isso muitos profissionais estão buscando conhecimento sobre esta área. A acupuntura é uma técnica aparentemente simples, porém é necessária a análise do indivíduo como um todo, ou seja, mente e corpo devem estar integrados.

Diversos são os benefícios da acupuntura, pois este método é útil em qualquer doença, não importando a sua localização e independentemente do sexo ou idade. Esta prática também diminui do uso de medicamentos ao controlar o equilíbrio do corpo, o que melhora a circulação sanguínea e a resistência do organismo.

A acupuntura ainda representa alívio para quem sofre de dores e inflamações pelo corpo. De acordo com pesquisas, esta prática tradicional da Medicina Chinesa também pode ser eficaz no tratamento de câncer, infecções e doenças crônicas, como sequelas provenientes de um derrame.

Para quem deseja combater problemas psiquiátricos e comportamentais, a acupuntura é essencial. Ela pode controlar a ansiedade, o estresse e a compulsão alimentar.

Estudos recentes apontam novas descobertas em relação as vantagens da prática da acupuntura. Uma delas é que as agulhas são mais eficazes que os medicamentos para tratar pacientes que sofrem com problemas de olfato.

Além disso, muitas pessoas sentem medo quando precisam procurar um dentista e isso tem nome: odontofobia. Para controlar esse distúrbio, a acupuntura atua de forma que menos sedativos sejam ingeridos e que o paciente se sinta mais confortável ao entrar em consultório odontológico.

Outra novidade é que essa técnica também é benéfica para a depressão na gravidez. Muitas mulheres sofrem com esse problema e, de acordo com pesquisas, aquelas que fizeram tratamento com acupuntura conseguiram reduzir os sintomas depressivos em 50%.

Como você viu a acupuntura possui diversas vantagens para quem a pratica. Procure já um especialista e sinta os efeitos positivos desse tratamento!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

15 de abril é dia de Comida Di Buteco

O maior concurso de gastronomia do país começa no dia 15 de abril em 15 capitais brasileiras que promovem o evento simultaneamente. Em 2011, o ‘’Comida Di Buteco’’ completa 11 anos de existência. O concurso será realizado até o dia 15 de maio e possui o slogan: ‘’Eu buteco, Tu butecas, Nós Comida Di Buteco.’’

A primeira edição foi realizada em 2000, em Belo Horizonte, e contou com a participação de apenas 10 botecos participantes, mas a história teve início um ano antes. O então produtor e apresentador do programa ‘’Momento Gourmet’’, da extinta Rádio Geraes FM, apresentou à emissora a proposta de um concurso que elegesse o melhor tira-gosto de boteco da capital mineira e a ideia logo foi aceita pelos coordenadores da emissora, que sugeriram o nome do evento.

Atualmente, o festival ‘’Comida Di Buteco’’ elege os bares nas seguintes categorias:

- Melhor tira-gosto;

- Melhor atendimento;

- Melhor higiene do local;

- Melhor temperatura da bebida.

Neste ano, as cidades participantes são: Belo Horizonte, Uberlândia, Montes Claros, Ipatinga, Poços de Caldas, Juiz de Fora, Manaus, Belém, Salvador, Rio de Janeiro, São José do Rio Preto, Campinas, Ribeirão Preto, Fortaleza e Goiânia .

O tema da 11ª edição varia de acordo com cada cidade. Em BH, em homenagem aos 11 anos do festival, foram escolhidos 11 ingredientes do Norte de Minas Gerais, que são: carne de sol, peixes do São Francisco, pequi, feijão andu, requeijão escuro, buriti, cagaita, seriguela, rapadura, sementes de coentro fresco e manteiga de garrafa. Cada boteco deve fazer um tira-gosto que contenha pelo menos um desses ingredientes. No ano passado, o tema para todas as cidades participantes foi jiló. Este ano, 41 estabelecimentos da capital mineira irão participar do concurso.

A escolha dos botecos participantes é realizada pela comissão organizadora do ‘’Comida Di Buteco’’, que analisa vários critérios, como: a qualidade do cardápio, o envolvimento do dono, o ambiente e a higiene do local. Mas quem deseja indicar algum boteco pode enviar um e-mail para indiqueumboteco@comidabibuteco.com.br e, assim, o bar será avaliado.

Durante os dias do concurso, o público e a comissão julgadora votam, levando em conta todos os critérios de disputa. A votação acontece nos próprios botequins que estão concorrendo. Para votar, as pessoas devem pedir o tira-gosto participante, preencher uma cédula e depositá-la em uma urna no local. É permitido votar apenas uma vez em cada boteco.

Os vencedores são aqueles considerados os melhores pelo voto popular e pelos jurados. Na edição deste ano, serão premiados os cinco primeiros botecos de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador e Goiânia e os três primeiros nas demais cidades. Todos os estabelecimentos receberão um registro de participação no concurso.

Para mais informações acesse o site: http://www.comidadibuteco.com.br/

terça-feira, 15 de março de 2011

Estou fora da realidade?

Crônica publicada no jornal Estado de Minas no dia 15 de março de 2011.

Karine Figueiredo

Aluna do 7º do curso de jornalismo do UNI-BH


Hoje me deparei abrindo quatro janelas do Internet Explorer para saber sobre todos os meus meios de comunicação. E fiquei impressionada! Como eu estou ligada à internet por vários canais. Tenho Orkut, Blog, acabei de fazer um Facebook, entro sempre no Twitter e ainda mantenho conta no MSN. É impressionante como a internet se alastrou e ‘’pegou’’ todo mundo. Não conheço quase ninguém que não tenha contato com essas ferramentas. E isso significa que quem não tiver, está fora do mundo.

E todos os dias surgem novidades, notícias, fotos, fofocas, verdades e mentiras na rede. É preciso sempre avaliar o que se vê, ouve ou lê já que a internet também está multifacetada, engloba todas as mídias. Hoje, pela rede, posso ver um filme, escutar uma música, ler um livro e muito mais.

Acredito que apesar de poder conversar nessas diversas plataformas, é preciso cautela. A internet é um vício, porém quem sabe usá-la tem vantagens. E pode usufruir do que ela tem de melhor: a comunicação com milhões de pessoas do mundo inteiro. Isso é fantástico! Como alguém, há cerca de 40 anos, iria imaginar o espaço que essa rede iria ocupar? Quem tinha a ideia de que você poderia falar com uma pessoa que está na Austrália? Isso era impossível e hoje é mais do que banal. Meu primo estava morando lá e eu conversava bastante com ele por MSN. Parece uma coisa fora da realidade, já que estávamos em continentes diferentes.

Uma criança com menos de 10 anos já é viciada em jogos, descobre novidades e se encanta por aquilo. Jovens, adoram. Bebês que ainda estão na barriga das mães nem precisarão de ensinamento: eles já nascerão sob a influência desse mundo midiático alucinante.

Mas o impressionante mesmo é que os idosos também estão se interessando muito. Quando eu fazia um curso de Corel Draw me emocionou a força de vontade de um senhor para aprender a lidar com o computador, saber entrar na internet e digitar. Os mais velhos também estão preocupados em não ficar para trás, principalmente com relação a um meio de comunicação tão vasto. Mas isso não ocorre só com eles. Hoje as pessoas do mundo estão e precisam estar conectadas à rede. A internet é a alma de muitos trabalhos, negócios e profissões de sucesso. Mas deve ter limites, assim como qualquer pessoa.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Jeans: uma peça versátil

Karine Figueiredo, Maria Luiza Mattar e Thaís Paiva

Das passarelas às ruas, jeans revela personalidades e tendências no mundo da moda

Abrir o guarda-roupa de uma mulher e não encontrar um jeans em seu vestuário é algo quase impossível. Para as que gostam desse elemento versátil que faz sucesso, nada melhor do que o verão 2010-2011 trazer uma peça-chave para o público feminino: a camiseta jeans.

Os marinheiros da cidade italiana Gênova chamavam as calças de trabalho de ‘’genes’’, uma abreviação do nome do município. Ao pronunciar ‘’genes’’, com o forte sutaque italiano, a palavra acabou se tornando ‘’jeans’’ e assim ficou conhecida em todo o mundo.

O jeans, elemento marcante da inclusão social, surgiu no século XIX, nos Estados Unidos, e foi introduzido na sociedade pelo alemão Levi-Strauss, imigrante judeu que ia para os Estados Unidos vender um produto para os mineradores. A intenção dele era levar lona para fazer tendas e toldos para carroças, porém os trabalhadores desejavam roupas para usarem no trabalho pesado. Por isso, Levi-Strauss levou um mineiro a um alfaiate e o mesmo produziu uma nova calça para o trabalhador. Assim, nasceu o jeans.

Mas essa peça só passou a ser usada dia a dia, no século XX. Em meados da década de 60, ela tornou-se a marca dos jovens e considerada símbolo de incoformismo e liberdade.

O jeans foi levado à passarela por Calvin Klein, na década de 70. Na época, o estilista foi bastante criticado pelos mais conservadores, que defendiam que o jeans era algo transgressor. A campanha publicitária da grife tinha o seguinte slogan: ‘’Você sabe o que há entre mim e minha Calvin? Nada’’. Desde então, Calvin Klein apareceu no mercado da moda com campanhas ousadas e polêmicas. Com o tempo, muitos estilistas começaram a trabalhar com o jeans, pois se tratava de uma peça simples e expressiva. Entre eles, estão Giorgio Armani, Ralph Lauren e Fiorucci.

Na década de 80, os consumidores começaram a desejar mais criatividade na hora de se vestir. Mas foi na década de 90 que o jeans atingiu o auge, pois era apresentado com novas costuras, novas formas de lavagem e novos fios, que deram leveza ao produto.

O jeans atravessou o século XX sofrendo grandes transformações, resistindo às tendências e modismos, propagando estilos e comportamentos e hoje ele é o maior fenômeno já visto na história da moda. Trata-se de uma roupa-memória, uma vez que o tecido carrega a sua história e se deixa envelhecer.

A peça chave para o verão

O que antes era sinônimo de simplicidade, hoje virou sinal de distinção. O jeans proporcionou o direito igual para todos, sem falar na facilidade em combinar com muitas peças de roupas. No caso da camiseta jeans, a estudante de design de moda, Bruna Mancini, afirma que esta peça possui grande aceitação, porque é uma roupa que, geralmente, fica bem em qualquer pessoa. “Tem um ar casual, despojado, mas, com boas combinações de peças em outros tecidos e acessórios de qualidade, compõe um look que pode ser tanto para o dia quanto para a noite”. De acordo com a estudante, esse é o principal objetivo da mulher moderna: estar bem vestida seja qual for a ocasião.

A camisa confere um ar clássico ao visual, por se caracterizar por cortes mais tradicionais. Já o tecido possui um aspecto mais casual, fazendo com que a camisa jeans fique entre esses dois efeitos. Portanto, a versatilidade é a marca principal da peça de roupa, podendo ser usada com elementos mais descontraídos, pela manhã, e com acessórios mais sofisticados à noite.

A estilista e proprietária da franquia Tyrol em Belo Horizonte, Ana Carolina Oliveira, explica que a camisa jeans nunca deixou de ser usada como um item básico. “O que acontece é que ela entra e sai das tendências e dos armários, sempre renovada e com diferentes estilos, lavagens, cores, acabamentos, detalhes e modelagens”. Já o estilista e integrante do Grupo Mineiro de Moda, Renato Loureiro, complementa que a camisa jeans voltou a ser fashion, baseado no retorno dos anos 60 e 70, que continuam sendo revisitados pelos criadores de moda mundo afora.

Nesse verão 2010-2011, a camisa jeans vai receber toques mais modernos, com itens de estilo contemporâneo. Renato Loureiro explica que elas retornam mais estruturadas, bem justas, uma vez que as tecelagens já produzem os índigos com strech. Ela apresenta várias combinações, e Renato conta que gosta delas com shorts ou bermudas coloridas, ou como chemisiê (camisas vestidos). “Mas como a camisa é um básico, fica bem até com a própria calça jeans, desde que modeladas”.

Escolha certa na compra

A dona da loja Brizze Modas, de Belo Horizonte, Joana Eulália, diz que, no geral, são procuradas no verão peças mais leves, de algodão, com estampas suaves. Essas características traduzem a camiseta jeans e mostram o quanto ela está em sintonia com esta estação. “Cada estação tem uma cor específica. Esse ano, é o azul marinho e o rosé”. Para fazer o estoque de roupas, Joana viaja a cada vinte dias para São Paulo, onde compra peças que vai revender para as clientes. Ela explica que muitos donos de loja levam consigo um consultor de moda para facilitar nas melhores escolhas de vestuário, mas não é o que acontece com ela. “Prefiro fazer minhas compras sozinha, pois já conheço o perfil das minhas clientes e sei o que elas vão gostar”, conta.

Mas para que o cliente compre as melhores peças é necessário, algumas vezes, fazer mais. Luci Fernandes é consultora de moda pela ACNM (Associação dos Consultores em Negócios de Moda) há seis anos. O trabalho dela é fazer com que o lojista entenda a moda do momento para encaminhá-lo ao show room (locais de exposição de roupas e acessórios) e encontrar peças que encaixem no gosto dele. Luci conta que há vários show rooms em Belo Horizonte, concentrados principalmente no bairro Prado, e cada cliente tem um perfil de loja que lhe agrada, que varia de acordo com a cidade e público.

Apesar de ser um trabalho interessante e agradável, a consultora lembra que “se trata de, na maioria das vezes, um público feminino, o que torna o trabalho um pouco delicado”. Ela possui 23 clientes e diz que, frequentemente, o cliente quer o que não está na moda em determinado momento.

Camiseta Jeans combina com o que?
Esta é uma peça muito versátil, pois proporciona diversas combinações que são fáceis de usar em
qualquer ocasião. Veja alguns exemplos:


1 – Camiseta jeans com jeans


















2 – Camiseta jeans com calça

















3 – Camiseta jeans fechada com legging


















4 – Camiseta jeans aberta com legging


















5 – Camiseta jeans com short


















6 – Camiseta jeans com saia


















7 – Camiseta jeans com vestido


















8 – Camiseta jeans com casaco


















Jeans também para homem


Não são só as mulheres se preocupam com o vestuário. Os homens estão, cada vez mais, usufruindo da moda. No sexo masculino, as roupas geralmente são marcadas pela monotonia de cores e modelos tradicionais, com detalhes de mudança nas transições de estação. De acordo com a consultora de moda, Luci, não há uma tendência muito marcante para o jeans masculino, já que a maioria dos homens está sempre com a calça jeans acompanhada de uma camisa ou camiseta, o que já é suficiente para estar bem vestido.


Entretanto, de acordo com os desfiles de Paris e Milão, as roupas para o verão 2010-2011 prometem estar mais ousadas. No que se refere ao jeans, a durabilidade e versatilidade são alguns dos atrativos. Neste verão, ele será usado de inúmeras maneiras, remodelado, ajustado, com formas mais largas e soltas do corpo, além da barra virada.


Além de calças e jaquetas, o estilista Renato Loureito afirma que a camiseta jeans também é ícone para o sexo masculino, podendo ser usada em todas as estações. A grande vantagem disso tudo é que não há regras quanto ao seu uso, sendo usada se acordo com o estilo de cada um. Ela pode ser usada com calça jeans, chino, preta, branca, colorida ou xadrez. Além disso, ela pode ser usada por cima da camiseta, ou por baixo de outras peças, como colete e blazer. Algo interessante na hora de se vestir é o contraponto, isto é, se for vestir uma peça de roupa clara, combinar ela com outra peça mais escura.



Roupa é sinônimo de personalidade


As roupas não são apenas vestimentas que protegem o corpo e ajudam a embelezar, mas, assim como os adereços, elas também traduzem identidades pessoais. Assim que uma pessoa se veste ela está comunicando algo, pois as roupas transmitem códigos que evidenciam sentimentos, sensações e atitudes. A estudante de moda, Bruna Mancini, afirma que “a palavra que melhor descreve o conceito de moda é identidade”.


Ela ainda fala que a roupa é mais do que uma vestimenta, ela é um meio de comunicação que se utiliza de uma linguagem não-verbal para se expressar. ‘’A moda é capaz de realçar tanto as características pessoais e psicológicas do indivíduo, como contar a história de um povo ou de uma época’’, explica.


A cor da roupa também diz muito sobre a personalidade da pessoa e pode até refletir de maneira positiva ou negativa no dia a dia. Às vezes imperceptível, mas algumas cores se harmonizam melhor do que outras e demonstram o momento em que o indivíduo se encontra.


O autor Umberto Eco escreveu no ensaio ‘’O Hábito Fala pelo Monge’’ sobre a importância da roupa para cada pessoa. "O vestuário fala. Fala o fato de eu me apresentar no escritório de manhã com uma gravata normal de riscas, fala o fato de substituir inesperadamente por uma gravata psicodélica, fala o fato de ir à reunião do conselho de administração sem gravata".


E como todas as roupas, o jeans também possui uma carga emocional, pois ele é comprado por ser resistente, descontraído e por ser um produto comum entre todos. Assim, o consumidor, ao comprar qualquer tipo de roupa, realiza um desejo, ou seja, age pelo emocional, que retrata a personalidade da pessoa. No jeans, o que muda com o passar do tempo é a maneira de lidar com o tecido, dependendo de como cada um pensa e quer mostrar o próprio corpo.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A mistura perigosa entre fama e dinheiro

Karine Figueiredo, Maria Luiza Mattar e Thaís Paiva

O caso do jogador que teve repercussão nacional agora é analisado sobre aspectos psicológicos e jurídicos


O ex-goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, é acusado de estar envolvido na morte da modelo, Eliza Samudio, supostamente assassinada no dia 9 de junho deste ano. O caso teve repercussão em todo o país pelo fato do jogador ser conhecido pela grande carreira no futebol.

Muito se discute sobre esse acontecimento e um dos motivos do possível crime é a mistura perigosa de fama, sucesso e dinheiro, principalmente entre aqueles que são mais humildes. Bruno foi criado pela avó materna, Estela Santana Trigueiro de Souza, na periferia de Belo Horizonte, após ser abandonado pela mãe, com três dias de vida. Portanto, ele faz parte de jogadores e celebridades que enfrentam dificuldades para se adaptar a uma grande mudança de status social e econômico.

O professor de Filosofia, Luiz Henrique Magalhães, afirma que o fato de Bruno ser de origem humilde não é determinante para um comportamento fora dos padrões da sociedade. “Acho que a questão do afeto que recebemos nos primeiros anos de vida e a estrutura familiar é muito mais significativo. O homem é um ser de liberdade e o comportamento dele não deriva exclusivamente de um único fator.”

Eliza Samudio, também com pouca estrutura familiar, utilizou da fama de Bruno para ameaçá-lo e acabar com a carreira do goleiro. Isso aconteceria com a ajuda da imprensa, pois ela constantemente afirmava que o jogador não queria assumir a paternidade e que ainda a ameaçava após saber da gravidez. Essas acusações e a possível morte da moça provocaram uma imagem poluída de Bruno. O modo como Eliza teria sido executada, de acordo com as investigações, chocou a população. Após ter ficado, supostamente, presa vários dias no sítio do atleta, a modelo teria sido estrangulada e o corpo dela cortado em pedaços. Além disso, pertences da modelo foram queimados, na tentativa de ocultar vestígios. As pessoas não acreditaram e, talvez ainda não acreditam, que tal crime seja verdade, uma vez que o fato relembra histórias de ficção.

A psicóloga Júnia Crivellari explica que, o fato de a pessoa se tornar uma figura popular, aflora o pensamento megalomaníaco, ou seja, o indivíduo se considera acima do bem e do mal, fazendo com que perca o sentido da convivência em sociedade. Esse pensamento é evitado quando a pessoa tem um preparo emocional para a fama e o poder financeiro que vai adquirir no futuro, o que não aconteceu com Bruno.

Quanto ao fato de possivelmente o goleiro cometer tal crime para evitar problemas futuros e não perder a carreira e a fama, a psicóloga acha que ele não mediu as consequências. “Talvez até por ser uma pessoa famosa, ele acreditou na impunidade”. O desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Wanderley Salgado de Paiva concorda, ao ser questionado sobre os julgamentos com pessoas comuns e de destaque na mídia. “O juiz não pode fazer diferenciação, pois vale a máxima de que todos são iguais perante a lei”.

Outro problema discutido sobre o caso Bruno foi a amizade que mantinha, capaz de influenciar o jogador e o fazer cometer atos inconsequentes. De acordo com a psicóloga Júnia, as amizades podem realmente influenciar um famoso, ou qualquer outro indivíduo. Na história, há oito suspeitos, entre eles, a mulher e a amante do jogador. O atleta possuía laços tão fortes, que todos foram envolvidos no possível crime. Mas o amigo de mais destaque foi Luiz Henrique, conhecido como Macarrão. Ele, inclusive, fez uma tatuagem em homenagem a afeição dos dois. Porém, segundo a psicóloga, o que determina estes atos criminosos não é só o fato de ser famoso ou as amizades que possui, mas a estrutura e personalidade do sujeito.

O professor de Filosofia ressalta que quando alguém chega a uma situação de destaque e fama, aqueles que viveram com ele até então passam a participar dessa realidade, o que pode gerar amizades por interesses. “A auto-imagem que a pessoa tem, nesse caso, pode ficar muito embaralhada. Ele pode pensar: devo ou não compartilhar o que tenho com aqueles que estavam comigo e que agora continuam sem ter nada? Isso é meu mesmo? Essas são questões que confundem a mente da pessoa envolvida”.

Quando o assunto é julgamento, a dúvida que permeia é: será que os casos de repercussão nacional são diferenciados na hora da sentença? Para o desembargador Wanderley Salgado, não há distinção entre os acusados famosos ou não. “A repercussão nacional não influencia o magistrado, pois o juiz pauta as decisões no princípio da imparcialidade, do livre convencimento motivado. Em caso de júri popular, em que a sociedade julga através dos sete jurados, esses formam a livre convicção depois de expostas todas as provas dos casos e debates pela acusação e defesa, e em tese são desprovidos de conhecimentos técnicos jurídicos”.

Para dar um exemplo de que o juiz é escravo da lei e que não pode fugir à regra, o desembargador lembra de um caso que aconteceu na década de 90, quando um fazendeiro poderoso pediu toda a sociedade local para que o procurassem, a fim de favorecê-lo em um julgamento. “Na sentença eu disse que em toda minha vida de magistrado este era o processo mais famoso que conheci, porque até na fila da comunhão o padre me pediu para julgar favorável ao réu”, ressalta Wanderley. Porém, o desembargador, na época juiz, julgou improcedente a ação e o condenou. O desembargador citou ao final dessa sentença as quatro características que um juiz precisa ter: “primeiro, ouvir cortesmente; dois, responder sabiamente; três, ponderar prudentemente; e quatro, decidir imparcialmente”.

Porém, existem opiniões contrárias, é o que afirma o professor, Luiz Henrique. “Acredito que casos de repercussão nacional podem se modificar de acordo com a mídia. Muitas pessoas vão para porta de delegacias, assistem a julgamentos e opinam o tempo todo. Surgem piadas grotescas e posições moralistas.”

Apesar da fama não influenciar uma sentença em si, casos como esse exigem uma grande demanda da justiça. Devido ao fato da população e principalmente, a imprensa aguardar uma resposta, o poder judiciário se dedica para ser ágil e eficaz. Um exemplo está no pedido de habeas corpus, que concede liberdade provisória ao indivíduo preso. De acordo com o jornal institucional do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Informativo TJMG, foram ajuizados 39 pedidos de habeas corpus, visando à soltura dos oito envolvidos, sendo que 27 só em favor do ex-goleiro.

Ainda, segundo o Informativo, consta que os desembargadores que julgaram os habeas corpus davam preferência na análise do caso. Geralmente, a decisão era julgada e divulgada em 24 horas. Um dos argumentos alegados pelos magistrados para negar tais pedidos era que os réus, caso soltos, poderiam buscar alterar a prova, frustrá-la ou impedir a produção.

Esse caso mostra que o fato de uma pessoa alcançar status e reconhecimento rapidamente, pode afetar o comportamento consideravelmente, de modo que a estrutura da pessoa é que define como ela vai lidar com a fama. O caso não chegou ao final, mas mesmo que ele não seja condenado, a população se sensibilizou com a história e talvez planos de carreira dele não sejam mais realizados.



Intercâmbio para todos os gostos

A viagem para o exterior pode trazer muitos pontos positivos para a carreira profissional e os preços estão cada vez mais acessíveis

O sonho de estudar ou trabalhar no exterior deixou de ser uma questão de luxo para muitos brasileiros. O intercâmbio está cada vez mais acessível, com grande variedade de preços. De acordo com a OCDE, Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o turismo de intercâmbio estudantil tem um crescimento anual de 14,5%. Até 2025, cerca de dez milhões de jovens devem realizar estudos no exterior.

O Gerente da IE Intercâmbio no Exterior, de Belo Horizonte, Felipe da Mata, afirma que existem vários tipos de públicos que procuram atualmente a agência em busca de intercâmbio. ‘’Trabalhamos com jovens de 14 a 17 anos que buscam a primeira experiência no exterior e na, maioria das vezes, é a primeira viagem deles sem a presença dos pais. Porém, o nosso principal público são as pessoas de 18 a 30 anos que estão na universidade e têm o objetivo de aprimorar o inglês no exterior. Além disso, eles visualizam dentro das faculdades que a língua estrangeira é essencial e o intercâmbio é um diferencial atualmente’’, ressalta. 

O estudante de 21 anos Rafael Brito está na expectativa da primeira viagem para o exterior. Em fevereiro, ele vai para a Austrália e pretende ficar seis meses. ‘’Eu escolhi este local, pois é um país de primeiro mundo e o clima é semelhante ao do Brasil. Acredito que lá poderei ingressar no mercado de trabalho de uma maneira mais fácil e com um melhor salário, tendo, assim, uma vida melhor do que aqui no Brasil.’’

O universitário Juliano Mol é um exemplo de adolescente que foi ter a primeira experiência no exterior na época de escola. Ele foi para os Estados Unidos com 16 anos e ficou um ano. Hoje, com 22 anos, ele acredita que este conhecimento o auxiliou de forma positiva na sua carreira profissional. ‘’O intercâmbio me ajudou muito, pois passei a pensar de maneira diferente, com novos conceitos e valores. Isso proporcionou um amadurecimento profissional e pessoal muito grande para mim.’’

Ana Paula Magalhães, de 21 anos, também viveu por dois meses a experiência conhecer outra cultura, ela foi para a Irlanda. ‘’Fui fazer intercâmbio com o objetivo de aperfeiçoar o meu inglês e viver em outro país, tendo contato com diversos tipos de pessoas. Além disso, fui em busca de turismo e viagem. O intercâmbio atendeu a todas as minhas expectativas.’’

Felipe da Mata ressalta que o local mais procurado pelos jovens para fazerem intercâmbio são os Estados Unidos. ‘’O programa de trabalho americano que possuímos é um dos mais buscados pelas pessoas. Os estudantes podem trabalhar e estudar num país de primeiro mundo por um preço muito acessível. Hoje, o intercâmbio está cada vez mais próximo da realidade dos brasileiros. ’’ Ele ainda afirma que os jovens também buscam o Canadá, Irlanda, Austrália, África do Sul, Nova Zelândia e Inglaterra.

A IE Intercâmbio possui 19 agências no Brasil. Atualmente, ela envia para o exterior, por ano, cinco mil participantes dos vários programas de trabalho, cursos de idiomas e high school. ‘’Estamos entre as empresas que mais enviam pessoas para experiências no exterior em diversos países. Atualmente, o intercâmbio é um diferencial para quem deseja crescer profissionalmente. ’’

O estudante Rafael Brito acredita que o intercâmbio será de grande valia para sua carreira profissional. ‘’Vou fazer cursos de inglês e como estarei na Austrália, vou aprender bastante, já que este é o idioma do país. Saber falar fluentemente uma língua estrangeira é um diferencial no mercado de trabalho aqui no Brasil.’’ O jovem ainda ressalta que esta experiência acrescentará muito no seu modo de pensar e agir e na relação com outras culturas.

Os preços para as viagens no exterior variam de acordo com a necessidade do cliente. Por exemplo, um curso de inglês no Canadá, com duração de um mês, custa cerca de dois mil reais. Já uma MBA em umas das melhores universidades dos Estados Unidos pode chegar a duzentos mil reais. Mas ainda há outra alternativa para quem deseja ir para o exterior e não possui condições financeiras: os programas de intercâmbio que os países estrangeiros oferecem. Os interessados devem passar em uma prova de grande concorrência para viajar sem pagar nada.