sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Jeans: uma peça versátil

Karine Figueiredo, Maria Luiza Mattar e Thaís Paiva

Das passarelas às ruas, jeans revela personalidades e tendências no mundo da moda

Abrir o guarda-roupa de uma mulher e não encontrar um jeans em seu vestuário é algo quase impossível. Para as que gostam desse elemento versátil que faz sucesso, nada melhor do que o verão 2010-2011 trazer uma peça-chave para o público feminino: a camiseta jeans.

Os marinheiros da cidade italiana Gênova chamavam as calças de trabalho de ‘’genes’’, uma abreviação do nome do município. Ao pronunciar ‘’genes’’, com o forte sutaque italiano, a palavra acabou se tornando ‘’jeans’’ e assim ficou conhecida em todo o mundo.

O jeans, elemento marcante da inclusão social, surgiu no século XIX, nos Estados Unidos, e foi introduzido na sociedade pelo alemão Levi-Strauss, imigrante judeu que ia para os Estados Unidos vender um produto para os mineradores. A intenção dele era levar lona para fazer tendas e toldos para carroças, porém os trabalhadores desejavam roupas para usarem no trabalho pesado. Por isso, Levi-Strauss levou um mineiro a um alfaiate e o mesmo produziu uma nova calça para o trabalhador. Assim, nasceu o jeans.

Mas essa peça só passou a ser usada dia a dia, no século XX. Em meados da década de 60, ela tornou-se a marca dos jovens e considerada símbolo de incoformismo e liberdade.

O jeans foi levado à passarela por Calvin Klein, na década de 70. Na época, o estilista foi bastante criticado pelos mais conservadores, que defendiam que o jeans era algo transgressor. A campanha publicitária da grife tinha o seguinte slogan: ‘’Você sabe o que há entre mim e minha Calvin? Nada’’. Desde então, Calvin Klein apareceu no mercado da moda com campanhas ousadas e polêmicas. Com o tempo, muitos estilistas começaram a trabalhar com o jeans, pois se tratava de uma peça simples e expressiva. Entre eles, estão Giorgio Armani, Ralph Lauren e Fiorucci.

Na década de 80, os consumidores começaram a desejar mais criatividade na hora de se vestir. Mas foi na década de 90 que o jeans atingiu o auge, pois era apresentado com novas costuras, novas formas de lavagem e novos fios, que deram leveza ao produto.

O jeans atravessou o século XX sofrendo grandes transformações, resistindo às tendências e modismos, propagando estilos e comportamentos e hoje ele é o maior fenômeno já visto na história da moda. Trata-se de uma roupa-memória, uma vez que o tecido carrega a sua história e se deixa envelhecer.

A peça chave para o verão

O que antes era sinônimo de simplicidade, hoje virou sinal de distinção. O jeans proporcionou o direito igual para todos, sem falar na facilidade em combinar com muitas peças de roupas. No caso da camiseta jeans, a estudante de design de moda, Bruna Mancini, afirma que esta peça possui grande aceitação, porque é uma roupa que, geralmente, fica bem em qualquer pessoa. “Tem um ar casual, despojado, mas, com boas combinações de peças em outros tecidos e acessórios de qualidade, compõe um look que pode ser tanto para o dia quanto para a noite”. De acordo com a estudante, esse é o principal objetivo da mulher moderna: estar bem vestida seja qual for a ocasião.

A camisa confere um ar clássico ao visual, por se caracterizar por cortes mais tradicionais. Já o tecido possui um aspecto mais casual, fazendo com que a camisa jeans fique entre esses dois efeitos. Portanto, a versatilidade é a marca principal da peça de roupa, podendo ser usada com elementos mais descontraídos, pela manhã, e com acessórios mais sofisticados à noite.

A estilista e proprietária da franquia Tyrol em Belo Horizonte, Ana Carolina Oliveira, explica que a camisa jeans nunca deixou de ser usada como um item básico. “O que acontece é que ela entra e sai das tendências e dos armários, sempre renovada e com diferentes estilos, lavagens, cores, acabamentos, detalhes e modelagens”. Já o estilista e integrante do Grupo Mineiro de Moda, Renato Loureiro, complementa que a camisa jeans voltou a ser fashion, baseado no retorno dos anos 60 e 70, que continuam sendo revisitados pelos criadores de moda mundo afora.

Nesse verão 2010-2011, a camisa jeans vai receber toques mais modernos, com itens de estilo contemporâneo. Renato Loureiro explica que elas retornam mais estruturadas, bem justas, uma vez que as tecelagens já produzem os índigos com strech. Ela apresenta várias combinações, e Renato conta que gosta delas com shorts ou bermudas coloridas, ou como chemisiê (camisas vestidos). “Mas como a camisa é um básico, fica bem até com a própria calça jeans, desde que modeladas”.

Escolha certa na compra

A dona da loja Brizze Modas, de Belo Horizonte, Joana Eulália, diz que, no geral, são procuradas no verão peças mais leves, de algodão, com estampas suaves. Essas características traduzem a camiseta jeans e mostram o quanto ela está em sintonia com esta estação. “Cada estação tem uma cor específica. Esse ano, é o azul marinho e o rosé”. Para fazer o estoque de roupas, Joana viaja a cada vinte dias para São Paulo, onde compra peças que vai revender para as clientes. Ela explica que muitos donos de loja levam consigo um consultor de moda para facilitar nas melhores escolhas de vestuário, mas não é o que acontece com ela. “Prefiro fazer minhas compras sozinha, pois já conheço o perfil das minhas clientes e sei o que elas vão gostar”, conta.

Mas para que o cliente compre as melhores peças é necessário, algumas vezes, fazer mais. Luci Fernandes é consultora de moda pela ACNM (Associação dos Consultores em Negócios de Moda) há seis anos. O trabalho dela é fazer com que o lojista entenda a moda do momento para encaminhá-lo ao show room (locais de exposição de roupas e acessórios) e encontrar peças que encaixem no gosto dele. Luci conta que há vários show rooms em Belo Horizonte, concentrados principalmente no bairro Prado, e cada cliente tem um perfil de loja que lhe agrada, que varia de acordo com a cidade e público.

Apesar de ser um trabalho interessante e agradável, a consultora lembra que “se trata de, na maioria das vezes, um público feminino, o que torna o trabalho um pouco delicado”. Ela possui 23 clientes e diz que, frequentemente, o cliente quer o que não está na moda em determinado momento.

Camiseta Jeans combina com o que?
Esta é uma peça muito versátil, pois proporciona diversas combinações que são fáceis de usar em
qualquer ocasião. Veja alguns exemplos:


1 – Camiseta jeans com jeans


















2 – Camiseta jeans com calça

















3 – Camiseta jeans fechada com legging


















4 – Camiseta jeans aberta com legging


















5 – Camiseta jeans com short


















6 – Camiseta jeans com saia


















7 – Camiseta jeans com vestido


















8 – Camiseta jeans com casaco


















Jeans também para homem


Não são só as mulheres se preocupam com o vestuário. Os homens estão, cada vez mais, usufruindo da moda. No sexo masculino, as roupas geralmente são marcadas pela monotonia de cores e modelos tradicionais, com detalhes de mudança nas transições de estação. De acordo com a consultora de moda, Luci, não há uma tendência muito marcante para o jeans masculino, já que a maioria dos homens está sempre com a calça jeans acompanhada de uma camisa ou camiseta, o que já é suficiente para estar bem vestido.


Entretanto, de acordo com os desfiles de Paris e Milão, as roupas para o verão 2010-2011 prometem estar mais ousadas. No que se refere ao jeans, a durabilidade e versatilidade são alguns dos atrativos. Neste verão, ele será usado de inúmeras maneiras, remodelado, ajustado, com formas mais largas e soltas do corpo, além da barra virada.


Além de calças e jaquetas, o estilista Renato Loureito afirma que a camiseta jeans também é ícone para o sexo masculino, podendo ser usada em todas as estações. A grande vantagem disso tudo é que não há regras quanto ao seu uso, sendo usada se acordo com o estilo de cada um. Ela pode ser usada com calça jeans, chino, preta, branca, colorida ou xadrez. Além disso, ela pode ser usada por cima da camiseta, ou por baixo de outras peças, como colete e blazer. Algo interessante na hora de se vestir é o contraponto, isto é, se for vestir uma peça de roupa clara, combinar ela com outra peça mais escura.



Roupa é sinônimo de personalidade


As roupas não são apenas vestimentas que protegem o corpo e ajudam a embelezar, mas, assim como os adereços, elas também traduzem identidades pessoais. Assim que uma pessoa se veste ela está comunicando algo, pois as roupas transmitem códigos que evidenciam sentimentos, sensações e atitudes. A estudante de moda, Bruna Mancini, afirma que “a palavra que melhor descreve o conceito de moda é identidade”.


Ela ainda fala que a roupa é mais do que uma vestimenta, ela é um meio de comunicação que se utiliza de uma linguagem não-verbal para se expressar. ‘’A moda é capaz de realçar tanto as características pessoais e psicológicas do indivíduo, como contar a história de um povo ou de uma época’’, explica.


A cor da roupa também diz muito sobre a personalidade da pessoa e pode até refletir de maneira positiva ou negativa no dia a dia. Às vezes imperceptível, mas algumas cores se harmonizam melhor do que outras e demonstram o momento em que o indivíduo se encontra.


O autor Umberto Eco escreveu no ensaio ‘’O Hábito Fala pelo Monge’’ sobre a importância da roupa para cada pessoa. "O vestuário fala. Fala o fato de eu me apresentar no escritório de manhã com uma gravata normal de riscas, fala o fato de substituir inesperadamente por uma gravata psicodélica, fala o fato de ir à reunião do conselho de administração sem gravata".


E como todas as roupas, o jeans também possui uma carga emocional, pois ele é comprado por ser resistente, descontraído e por ser um produto comum entre todos. Assim, o consumidor, ao comprar qualquer tipo de roupa, realiza um desejo, ou seja, age pelo emocional, que retrata a personalidade da pessoa. No jeans, o que muda com o passar do tempo é a maneira de lidar com o tecido, dependendo de como cada um pensa e quer mostrar o próprio corpo.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A mistura perigosa entre fama e dinheiro

Karine Figueiredo, Maria Luiza Mattar e Thaís Paiva

O caso do jogador que teve repercussão nacional agora é analisado sobre aspectos psicológicos e jurídicos


O ex-goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, é acusado de estar envolvido na morte da modelo, Eliza Samudio, supostamente assassinada no dia 9 de junho deste ano. O caso teve repercussão em todo o país pelo fato do jogador ser conhecido pela grande carreira no futebol.

Muito se discute sobre esse acontecimento e um dos motivos do possível crime é a mistura perigosa de fama, sucesso e dinheiro, principalmente entre aqueles que são mais humildes. Bruno foi criado pela avó materna, Estela Santana Trigueiro de Souza, na periferia de Belo Horizonte, após ser abandonado pela mãe, com três dias de vida. Portanto, ele faz parte de jogadores e celebridades que enfrentam dificuldades para se adaptar a uma grande mudança de status social e econômico.

O professor de Filosofia, Luiz Henrique Magalhães, afirma que o fato de Bruno ser de origem humilde não é determinante para um comportamento fora dos padrões da sociedade. “Acho que a questão do afeto que recebemos nos primeiros anos de vida e a estrutura familiar é muito mais significativo. O homem é um ser de liberdade e o comportamento dele não deriva exclusivamente de um único fator.”

Eliza Samudio, também com pouca estrutura familiar, utilizou da fama de Bruno para ameaçá-lo e acabar com a carreira do goleiro. Isso aconteceria com a ajuda da imprensa, pois ela constantemente afirmava que o jogador não queria assumir a paternidade e que ainda a ameaçava após saber da gravidez. Essas acusações e a possível morte da moça provocaram uma imagem poluída de Bruno. O modo como Eliza teria sido executada, de acordo com as investigações, chocou a população. Após ter ficado, supostamente, presa vários dias no sítio do atleta, a modelo teria sido estrangulada e o corpo dela cortado em pedaços. Além disso, pertences da modelo foram queimados, na tentativa de ocultar vestígios. As pessoas não acreditaram e, talvez ainda não acreditam, que tal crime seja verdade, uma vez que o fato relembra histórias de ficção.

A psicóloga Júnia Crivellari explica que, o fato de a pessoa se tornar uma figura popular, aflora o pensamento megalomaníaco, ou seja, o indivíduo se considera acima do bem e do mal, fazendo com que perca o sentido da convivência em sociedade. Esse pensamento é evitado quando a pessoa tem um preparo emocional para a fama e o poder financeiro que vai adquirir no futuro, o que não aconteceu com Bruno.

Quanto ao fato de possivelmente o goleiro cometer tal crime para evitar problemas futuros e não perder a carreira e a fama, a psicóloga acha que ele não mediu as consequências. “Talvez até por ser uma pessoa famosa, ele acreditou na impunidade”. O desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Wanderley Salgado de Paiva concorda, ao ser questionado sobre os julgamentos com pessoas comuns e de destaque na mídia. “O juiz não pode fazer diferenciação, pois vale a máxima de que todos são iguais perante a lei”.

Outro problema discutido sobre o caso Bruno foi a amizade que mantinha, capaz de influenciar o jogador e o fazer cometer atos inconsequentes. De acordo com a psicóloga Júnia, as amizades podem realmente influenciar um famoso, ou qualquer outro indivíduo. Na história, há oito suspeitos, entre eles, a mulher e a amante do jogador. O atleta possuía laços tão fortes, que todos foram envolvidos no possível crime. Mas o amigo de mais destaque foi Luiz Henrique, conhecido como Macarrão. Ele, inclusive, fez uma tatuagem em homenagem a afeição dos dois. Porém, segundo a psicóloga, o que determina estes atos criminosos não é só o fato de ser famoso ou as amizades que possui, mas a estrutura e personalidade do sujeito.

O professor de Filosofia ressalta que quando alguém chega a uma situação de destaque e fama, aqueles que viveram com ele até então passam a participar dessa realidade, o que pode gerar amizades por interesses. “A auto-imagem que a pessoa tem, nesse caso, pode ficar muito embaralhada. Ele pode pensar: devo ou não compartilhar o que tenho com aqueles que estavam comigo e que agora continuam sem ter nada? Isso é meu mesmo? Essas são questões que confundem a mente da pessoa envolvida”.

Quando o assunto é julgamento, a dúvida que permeia é: será que os casos de repercussão nacional são diferenciados na hora da sentença? Para o desembargador Wanderley Salgado, não há distinção entre os acusados famosos ou não. “A repercussão nacional não influencia o magistrado, pois o juiz pauta as decisões no princípio da imparcialidade, do livre convencimento motivado. Em caso de júri popular, em que a sociedade julga através dos sete jurados, esses formam a livre convicção depois de expostas todas as provas dos casos e debates pela acusação e defesa, e em tese são desprovidos de conhecimentos técnicos jurídicos”.

Para dar um exemplo de que o juiz é escravo da lei e que não pode fugir à regra, o desembargador lembra de um caso que aconteceu na década de 90, quando um fazendeiro poderoso pediu toda a sociedade local para que o procurassem, a fim de favorecê-lo em um julgamento. “Na sentença eu disse que em toda minha vida de magistrado este era o processo mais famoso que conheci, porque até na fila da comunhão o padre me pediu para julgar favorável ao réu”, ressalta Wanderley. Porém, o desembargador, na época juiz, julgou improcedente a ação e o condenou. O desembargador citou ao final dessa sentença as quatro características que um juiz precisa ter: “primeiro, ouvir cortesmente; dois, responder sabiamente; três, ponderar prudentemente; e quatro, decidir imparcialmente”.

Porém, existem opiniões contrárias, é o que afirma o professor, Luiz Henrique. “Acredito que casos de repercussão nacional podem se modificar de acordo com a mídia. Muitas pessoas vão para porta de delegacias, assistem a julgamentos e opinam o tempo todo. Surgem piadas grotescas e posições moralistas.”

Apesar da fama não influenciar uma sentença em si, casos como esse exigem uma grande demanda da justiça. Devido ao fato da população e principalmente, a imprensa aguardar uma resposta, o poder judiciário se dedica para ser ágil e eficaz. Um exemplo está no pedido de habeas corpus, que concede liberdade provisória ao indivíduo preso. De acordo com o jornal institucional do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Informativo TJMG, foram ajuizados 39 pedidos de habeas corpus, visando à soltura dos oito envolvidos, sendo que 27 só em favor do ex-goleiro.

Ainda, segundo o Informativo, consta que os desembargadores que julgaram os habeas corpus davam preferência na análise do caso. Geralmente, a decisão era julgada e divulgada em 24 horas. Um dos argumentos alegados pelos magistrados para negar tais pedidos era que os réus, caso soltos, poderiam buscar alterar a prova, frustrá-la ou impedir a produção.

Esse caso mostra que o fato de uma pessoa alcançar status e reconhecimento rapidamente, pode afetar o comportamento consideravelmente, de modo que a estrutura da pessoa é que define como ela vai lidar com a fama. O caso não chegou ao final, mas mesmo que ele não seja condenado, a população se sensibilizou com a história e talvez planos de carreira dele não sejam mais realizados.



Intercâmbio para todos os gostos

A viagem para o exterior pode trazer muitos pontos positivos para a carreira profissional e os preços estão cada vez mais acessíveis

O sonho de estudar ou trabalhar no exterior deixou de ser uma questão de luxo para muitos brasileiros. O intercâmbio está cada vez mais acessível, com grande variedade de preços. De acordo com a OCDE, Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o turismo de intercâmbio estudantil tem um crescimento anual de 14,5%. Até 2025, cerca de dez milhões de jovens devem realizar estudos no exterior.

O Gerente da IE Intercâmbio no Exterior, de Belo Horizonte, Felipe da Mata, afirma que existem vários tipos de públicos que procuram atualmente a agência em busca de intercâmbio. ‘’Trabalhamos com jovens de 14 a 17 anos que buscam a primeira experiência no exterior e na, maioria das vezes, é a primeira viagem deles sem a presença dos pais. Porém, o nosso principal público são as pessoas de 18 a 30 anos que estão na universidade e têm o objetivo de aprimorar o inglês no exterior. Além disso, eles visualizam dentro das faculdades que a língua estrangeira é essencial e o intercâmbio é um diferencial atualmente’’, ressalta. 

O estudante de 21 anos Rafael Brito está na expectativa da primeira viagem para o exterior. Em fevereiro, ele vai para a Austrália e pretende ficar seis meses. ‘’Eu escolhi este local, pois é um país de primeiro mundo e o clima é semelhante ao do Brasil. Acredito que lá poderei ingressar no mercado de trabalho de uma maneira mais fácil e com um melhor salário, tendo, assim, uma vida melhor do que aqui no Brasil.’’

O universitário Juliano Mol é um exemplo de adolescente que foi ter a primeira experiência no exterior na época de escola. Ele foi para os Estados Unidos com 16 anos e ficou um ano. Hoje, com 22 anos, ele acredita que este conhecimento o auxiliou de forma positiva na sua carreira profissional. ‘’O intercâmbio me ajudou muito, pois passei a pensar de maneira diferente, com novos conceitos e valores. Isso proporcionou um amadurecimento profissional e pessoal muito grande para mim.’’

Ana Paula Magalhães, de 21 anos, também viveu por dois meses a experiência conhecer outra cultura, ela foi para a Irlanda. ‘’Fui fazer intercâmbio com o objetivo de aperfeiçoar o meu inglês e viver em outro país, tendo contato com diversos tipos de pessoas. Além disso, fui em busca de turismo e viagem. O intercâmbio atendeu a todas as minhas expectativas.’’

Felipe da Mata ressalta que o local mais procurado pelos jovens para fazerem intercâmbio são os Estados Unidos. ‘’O programa de trabalho americano que possuímos é um dos mais buscados pelas pessoas. Os estudantes podem trabalhar e estudar num país de primeiro mundo por um preço muito acessível. Hoje, o intercâmbio está cada vez mais próximo da realidade dos brasileiros. ’’ Ele ainda afirma que os jovens também buscam o Canadá, Irlanda, Austrália, África do Sul, Nova Zelândia e Inglaterra.

A IE Intercâmbio possui 19 agências no Brasil. Atualmente, ela envia para o exterior, por ano, cinco mil participantes dos vários programas de trabalho, cursos de idiomas e high school. ‘’Estamos entre as empresas que mais enviam pessoas para experiências no exterior em diversos países. Atualmente, o intercâmbio é um diferencial para quem deseja crescer profissionalmente. ’’

O estudante Rafael Brito acredita que o intercâmbio será de grande valia para sua carreira profissional. ‘’Vou fazer cursos de inglês e como estarei na Austrália, vou aprender bastante, já que este é o idioma do país. Saber falar fluentemente uma língua estrangeira é um diferencial no mercado de trabalho aqui no Brasil.’’ O jovem ainda ressalta que esta experiência acrescentará muito no seu modo de pensar e agir e na relação com outras culturas.

Os preços para as viagens no exterior variam de acordo com a necessidade do cliente. Por exemplo, um curso de inglês no Canadá, com duração de um mês, custa cerca de dois mil reais. Já uma MBA em umas das melhores universidades dos Estados Unidos pode chegar a duzentos mil reais. Mas ainda há outra alternativa para quem deseja ir para o exterior e não possui condições financeiras: os programas de intercâmbio que os países estrangeiros oferecem. Os interessados devem passar em uma prova de grande concorrência para viajar sem pagar nada.